Com o Projeto Aldeia Solidária atendemos virtualmente pessoas em sofrimento emocional, o que inclui os profissionais de saúde e assistência social, muitos destes na linha de frente da pandemia de Covid19. Neste projeto, são possibilitados diálogos e trocas de saberes, para o acolhimento e a saúde mental da população, assim como pesquisas na área para adoção de novas práticas de acolhimento e de defesa de direitos.
A escolha da palavra Aldeia, nesse sentido, não é por acaso. Tem por finalidade expressar uma determinada forma de ver, pensar e agir que opera pela transgressão dos valores individualistas da cultura dominante, entendendo que grande parte do sofrimento psíquico decorre do isolamento social que antecede a própria pandemia. Trata-se, portanto, de um projeto inspirado na sabedoria das relações comunitárias dos povos ancestrais e na cultura coletivista dos movimentos sociais, que visa contribuir com a construção de uma sociedade que coloque em primeiro lugar a qualidade das relações intersubjetivas e a justiça social, em detrimento do isolamento egóico e competitivo da cultura consumista de mercado. Acolher, para nós, é algo que diz muito. É mais que somente receber alguém que nos chega e que precisa de amparo. Significa, sobretudo, dizer que em tempos de Covid-19 não podemos tocar nas pessoas, apertar as mãos, abraça-las. Tocar virtualmente as pessoas é a proposta que nos move: o senso de comunidade em que possamos compartilhar olhares, percepções e deste modo produzir afeto.
O projeto Aldeia Solidária prevê dois eixos centrais de atuação:
I) Fórum da Aldeia, o qual se desenvolverá a partir da constituição de grupos de discussão sobre temas específicos da área interdisciplinar de saúde mental, que possam ajudar as pessoas a compreenderem melhor suas emoções e sentimentos durante a pandemia.
II) Conversa solidária, que tem por objetivo oferecer um serviço individual de atendimento para escuta qualificada de pessoas que sintam necessidade de conversar com alguém, por meio da criação de uma rede de psicólogos e psicólogas voluntários.