PUCPR integra ação global de enfrentamento às mudanças climáticas

Climate Labs busca criar centros de inovação social em universidades latino-americanas para adaptação e mitigação de impactos ambientais nas comunidades

Em maiores ou menores níveis, os brasileiros já têm sido impactados pelas mudanças climáticas. A estiagem histórica que atingiu o Paraná em 2020 – e ainda afeta a distribuição de água no estado -, assim como as fortes chuvas que ocorreram no Sudeste no começo do ano passado são alguns exemplos dos reflexos desse processo, segundo especialistas.

Este, porém, não é um problema fácil de resolver. Depende da articulação, empenho e colaboração de diversos atores sociais, públicos e privados. A partir desse entendimento, a PUCPR integrou o Climate Labs, uma iniciativa que busca mitigar as mudanças climáticas por meio da inovação social, contando com a integração de conhecimento de Universidades europeias e latino-americanas.

Trabalho em conjunto

Além da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, também compõem o projeto duas instituições de ensino superior brasileiras (PUCRS e Universidade Católica de Pernambuco) e outras onze latino-americanas, em parceira com três universidades europeias. Organizações independentes, com a Ashoka, a Columbus e a 2811, contribuem com a estruturação dos trabalhos. A intenção é desenvolver projetos que colaborem com o enfrentamento do problema, além de implantar laboratórios nas universidades que ajudem a desenvolver inovações nesse sentido. André Turbay, que coordena as ações na PUCPR, explica que a Universidade já tem pesquisas importantes que se relacionam ao Climate Labs e uma estrutura que colabora com a iniciativa.

“Temos pesquisas na área de sustentabilidade, direitos humanos, inovação social e gestão urbana, além de uma estrutura que conta com a Hotmilk (Ecossitema de Inovação), o iPUCPR (Instituito de Cidades Inteligentes), o Laboratório de Cidades, a Diretoria de Identidade e a Diretoria de Pesquisa”, comenta André. “O Climate Lab PUCPR promove uma sinergia entre estes atores para avançarmos em projetos para o desenvolvimento sustentável. Outro ponto relevante é o bom relacionamento da Universidade com o poder executivo municipal e estadual, importante para a efetivar as ações propostas”.

Direcionamento de esforços

De acordo com ele, o objetivo do projeto na PUCPR é contribuir com a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, especialmente no território curitibano com maior vulnerabilidade: a bacia do Rio Belém. O projeto piloto ocorreria junto à vizinhança da PUCPR com foco em integrar os conhecimentos científico e comunitário para desenhar soluções.

“O Climate Lab da PUCPR deve ser um hub para conectar atores, com foco em trocas de conhecimento com crianças, adolescentes e jovens, para a compreensão de problemas atuais e a formação de cidadãos atuantes para um futuro com mais qualidade de vida”, explica Turbay. “A PUCPR deve atuar como um meio para o desenvolvimento do projeto, integrando objetivos comuns em termos locais e globais”.

Iniciativas personalizadas

Os conhecimentos gerados, ideias e soluções serão compartilhados entre as universidades que compõem o programa, mas cada uma delas desenvolverá uma iniciativa adequada à sua região, resultando em Climate Labs diferentes. “É um agir local para gerar impacto global”, observa André.

A partir do plano piloto, devem ser gerados dados e pesquisas que possam colaborar com a difusão de conhecimento sobre as mudanças climáticas no Brasil. Para as instituições de ensino, também é uma oportunidade de unir forças internamente. “Os professores pesquisadores que estão envolvidos observam que esta é uma excelente oportunidade para integrar os programas de pesquisa”, aponta o coordenador do projeto na PUCPR.

Ações

De acordo com Turbay, neste momento, a PUCPR está desenvolvendo, em parceria com a Universidade de Lorraine, da França, um curso de incubação de Climate Labs para que todas as instituições de ensino superior que desenvolverão seus laboratórios avancem de forma coordenada e sinérgica. A previsão, segundo ele, é de que até setembro os labs já tenham sido implantados e os projetos piloto colocados em prática.

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