Os territórios brasileiros revelam desigualdades profundas e violações de direitos humanos. Identifica-se que os modelos de desenvolvimento adotados e as políticas governamentais realizadas, não alteraram de modo significativo a desigualdade histórica e as vulnerabilidades sociais presentes nos espaços sócio territoriais. Realidade que se agrava diante de um cenário de modernidade líquida, de laços sociais fragilizados, de uma cultura de desesperança (BAUMAN, 2000), ao tempo em que desafia a sociedade a encontrar soluções por meio de parcerias urbanas, de ações conjuntas e cooperadas.
Destaca-se a necessidade da implementação de programas de humanização, de compromissos sociais, de políticas públicas e iniciativas com potencial de alteração dos padrões de vida sociais e ambientais nos territórios e cidades. Tais territórios são mais que espaços geográficos, já que revelam a dinâmica da vida social, a produção social das cidades. A alteração positiva das realidades sócio territoriais das cidades e países dependem de engajamento, de soluções conjuntas, de políticas nacionais e internacionais, de uma agenda global, a exemplo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (KOGA, 2013)
O objetivo central da pesquisa sobre territórios vulneráveis é avaliar o grau de vulnerabilidade, considerando expressões de desigualdade, violações de direitos, demandas e necessidades sociais, dinâmicas sociais e institucionais, cobertura de políticas públicas e iniciativas solidárias, assim como as potencialidades para o desenvolvimento territorial, a partir de metodologias participativas e implementação de inovações sociais, por meio de um HUB e Observatório de Inovação Social.
O Mapa Social possibilita a realização de diagnóstico sócio territorial para a análise do grau de desenvolvimento, bem como a construção de indicadores e ecossistemas sociais inovadores que possam impactar positivamente na vida das pessoas, tendo os ODS como parâmetro de atuação. Tal metodologia possibilita a interação entre governos, organizações da sociedade civil, a própria comunidade e as empresas parceiras, com a intenção de ampliar os impactos positivos nos territórios, nas cidades, de modo a corresponder aos compromissos e pactos globais, por cidades humanas, participativas e mais sustentáveis.
Para desenvolver o Mapa Social nos territórios vulneráveis utiliza-se a pesquisa-ação, adotando técnicas e abordagens que compreendem as suas aproximações, com pesquisas bibliográficas; observação sistemática; realização de grupo focal; realização de seminários para exposição de resultados parciais e assimilação das contribuições coletivas.
Os estudos sobre territórios das cidades em direitos humanos, revelam expressões de desigualdades, vulnerabilidades e violações de direitos, assim as formas de enfrentamento, às políticas públicas e os projetos sociais. Os territórios são considerados mais que espaços geográficos, com atributos físicos, pois revelam histórias, memórias, formas de organização, o legal e o ilegal (KOGA, 2013). Além da leitura destes territórios, ressalta-se a importância de um trabalho em rede e a formação de ecossistemas sociais com capacidade de promoverem o desenvolvimento sustentável, especialmente em espaços sociais marcados pela desigualdade, violações de direitos e vulnerabilidades.
Como tecnologia social inovadora, o Mapa Social faz parte do ciclo de diagnóstico territorial de áreas vulneráveis, demandas sociais, e de implantação de projetos de impacto social e ambiental. Adota-se um percurso metodológico que fortalece sinergias entre atores como governos, organizações da sociedade civil, a própria comunidade, e as empresas parceiras, visando ampliar os impactos positivos nos territórios, nas cidades, de modo a corresponder aos compromissos e pactos globais, pelo desenvolvimento sustentável.