Quando se tem na mesma frase “idosos” e “atividade física”, o que vem à sua mente? Perigo de queda, de se machucar, quebrar um osso ou até mesmo, uma parada cardiorrespiratória? No máximo, pensa neles fazendo ginástica, alongamento, caminhada, não é mesmo?
Com o aumento da população idosa no Brasil – alcançando mais de 31 milhões em 2021 -, a busca por melhor qualidade de vida tornou-se ainda mais crucial, levando as pessoas a iniciarem e manterem constância no exercício, mais cedo.
Em meio a esse cenário, uma pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) trouxe uma descoberta notável: a prática do tênis pode ser um caminho para a juventude, especialmente para os idosos.
O estudo, conduzido por membros do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde (PPGTS) da PUCPR, teve como objetivo inicial investigar se os movimentos envolvidos na prática do tênis poderiam contribuir para melhorar o equilíbrio em idosos praticantes dessa atividade.
De acordo com o professor Eduardo Mendonça Scheeren, do PPGTS da PUCPR, a pesquisa ganha relevância diante do envelhecimento da população brasileira e do aumento das taxas de óbitos de idosos devido a quedas.
O estudo utilizou dados biomecânicos obtidos no Laboratório de Motricidade Humana do PPGTS, incluindo medidas precisas em milésimos de segundos do tempo de reação da musculatura do membro inferior dos participantes, através de eletromiografia, e do movimento do corpo, por meio de uma plataforma de força.
Uma abordagem inovadora adotada pelos pesquisadores foi comparar os idosos praticantes de tênis não com idosos sedentários, mas sim com jovens saudáveis. Os resultados confirmaram a hipótese inicial, demonstrando que os idosos que praticam tênis possuem respostas fisiológicas semelhantes às dos jovens.
No entanto, uma diferença notável foi identificada: enquanto os jovens mantêm-se relaxados e reagem apenas ao impulso de desequilíbrio, os idosos praticantes de tênis desenvolveram uma nova estratégia motora para manter a postura, ativando a musculatura com maior intensidade antes da perturbação do equilíbrio.
Essa estratégia foi comparada pelo pesquisador a “manter o botão do afogador acionado”, destacando como os idosos praticantes de tênis adaptam suas respostas para manter o equilíbrio. Essas descobertas têm implicações significativas para o envelhecimento saudável e a prevenção de quedas em idosos.
Além do Professor Eduardo, participaram do estudo os pesquisadores Nathana Alves de França, Lucca Zambuzzi Nardin do Nascimento e Caluê Papcke. O artigo completo, intitulado “Reactive Response of Older Tennis Practitioners and Healthy Young People in Relation to Balance Perturbations”, foi publicado no Journal of Science in Sport and Exercise e está disponível na íntegra aqui.
A prática do tênis, além de ser uma atividade física divertida, revela-se como uma maneira eficaz de manter a juventude e melhorar a estabilidade em idosos. Essa descoberta destaca ainda mais a importância de promover atividades físicas acessíveis e adequadas para todas as faixas etárias, contribuindo para uma sociedade mais saudável e ativa.
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Assista a matéria e conheça a história da Arlete, que contribuiu para esse estudo.