O mundo ainda se recupera da pandemia do novo coronavírus, lidando com os efeitos colaterais que este surto de COVID-19 ocasionou. O isolamento social foi a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde para o enfrentamento da pandemia e, apesar de ainda não existir um estudo completo sobre o impacto da pandemia na saúde mental da população, podemos afirmar que o agravamento do quadro de ansiedade estará presente neles.
Ansiedade é um sentimento incerto e geralmente desagradável de apreensão que, por vezes, é originado por tensão ou pela antecipação de algo desconhecido ou estranho (Allen, Leonard e Swedo, 1994).
Pela incerteza de viver uma pandemia, um quadro de ansiedade é esperado já que existiam muitas variáveis, apreensões e expectativas de quando a rotina voltaria ao normal, o problema se dá com o agravamento desse quadro ansioso. O excesso de informações passadas também representou um gatilho de ansiedade e uma fragilização emocional da população ao lidar com algo tão inesperado, gerando um descontrole emocional, que consequentemente pode apresentar sintomas além da ansiedade, como a fadiga (Ahnerth et al., 2020).
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, APA sigla em inglês, alguns dos sintomas físicos da ansiedade são: respiração ofegante e falta de ar, palpitações e dores no peito, vertigens, enxaquecas e insônia. Mas existem também os sintomas psicológicos, alguns deles são: preocupação excessiva, dificuldade de concentração, nervosismo, medo constante e desequilíbrio dos pensamentos (Ameriacan Psychiatric Association, 2014; Cury, 2013).
Não existe um tratamento específico para a ansiedade, sendo que a psicologia compreende que cada indivíduo é portador de sua própria subjetividade. A psicoterapia busca compreender todo o processo envolvido durante os episódios de crises de ansiedade.
Uma das ferramentas existentes na psicologia, é a da estratégia do A.C.A.L.M.E.-S.E. da Terapia Cognitivo Comportamental, TCC, onde a chave para lidar com a ansiedade é a sua aceitação, a estratégia consiste em oito passos (Rangé & Borba, 2008). Que de forma resumida consiste em um processo de aceitação do estado ansioso, a mudança de foco para quebrar o loop do momento, agir com normalidade, controlar a respiração, manter o foco no exercício, lembrar que esse momento é passageiro, reconhecer que você conseguiu superar a crise mais uma vez, entender que a ansiedade faz parte do ser, você não se livra dela, você aprende a não deixá-la sair do controle.
Um bom psicólogo dispõe de uma boa base teórica e de um bom acervo de ferramentas, de forma que ele esteja preparado. A hipnose é uma dessas ferramentas que, por meio de exercícios de relaxamento progressivo e o aumento da sugestionabilidade do paciente, pode auxiliar o psicólogo no processo terapêutico e o paciente, realizando uma mudança de comportamento de forma que o sofrimento envolvido em todo o processo seja minimizado.
Nós da Liga Acadêmica de Hipnose Clínica, LH-PUCPR, trabalhamos no intuito de acrescentar a ferramenta da hipnose no currículo do aluno de psicologia, e ajudar a consolidar uma formação mais ampla e completa.
REFERÊNCIAS
Ahnerth, N. M. D. S., Dourado, D. M., Gonzaga, N. M., Rolim, J. A., & Batista, E. C. (2020). ” A gente fica doente também”: percepção do cuidador familiar sobre o seu adoecimento. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 13(1), 1-20.
American Psychiatric Association. (2014). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM5. Tradução Maria Inês Correa Nascimento et al. 5. ed. Porto Alegre: Artmed
Cury, A. (2013). Ansiedade: Como enfrentar o mal do século. São Paulo: Saraiva.
Rangé, B. P., & Borba, A. (2008). Vencendo o pânico: Terapia integrativa para quem sofre e para quem trata o transtorno de pânico e a agorafobia. Rio de Janeiro: Editora Cognitiva
Swedo S. E., Leonard H. L., Allen A. J. (1994). New developments in childhood affective and anxiety disorders. Curr Probl Pediatr 1994;24:12-38