A Fisioterapia tem suas especificidades e a avaliação inicial é de extrema importância no primeiro contato com o paciente, para saber quais são a suas queixas de saúde funcional e como elas aconteceram, o que chamamos de Anamnese.
Diferente de uma triagem comum de saúde feita em pronto socorro e hospitais, a avaliação fisioterapêutica é mais detalhada, como a avaliação do médico. A gente vai explicar passo a passo como ela é feita para que o diagnóstico fisioterapêutico seja certeiro.
Questionário inicial, queixas e histórico
A primeira etapa da avaliação é baseada em levantar todos os dados pessoais do paciente – Nome, idade, sexo, etnia, ocupação/profissão, estado civil, religião, residência, telefone de contato e no caso de pacientes menores de idade ou com idade avançada, também é necessário o contato de um responsável.
Levantados os dados iniciais, vamos para a queixa principal que o paciente possui, deixar que ele explique o motivo que o fez procurar ajuda do fisioterapeuta, intervindo com questionamentos quando necessário. É importante só avançar quando conseguir localizar qual tipo de dor/problema ele está se queixando e se teve algum motivo aparente que possa tê-la causado.
Localizando o problema de saúde funcional, começaremos a investigar e para isso é válido entender o histórico desse paciente. Perguntas mais detalhadas sobre quando surgiu o problema, se mais alguém da família também possui, como foi o avanço do problema e quais os tipos de tratamento que já foram sugeridos para esse paciente. Se o profissional já tiver uma suspeita de diagnóstico, pode ir fazendo perguntas que o direcionem para mais perto ou mais longe da possibilidade. Os exames complementares que já foram realizados pelo paciente também são bastante úteis para ajudar a confirmar ou descartar as hipóteses sugeridas pela Anamnese inicial.
É bem importante também o levantamento de problemas com familiares de 1º grau, pois podem ter relações genéticas com o problema atual. O paciente também será questionado sobre todos os problemas de saúde que já enfrentou e como foram tratados, pois a situação atual também pode ser uma sequela de algum trauma passado.
Como última etapa do questionário inicial, o paciente é perguntado sobre seus hábitos, se é fumante, se faz exercícios físicos, como é a qualidade de sono, quais são as dificuldades enfrentados nos movimentos corporais no seu dia a dia, entre outros. Quais os medicamentos que toma diariamente, suas dosagens e os motivos dessa prescrição.
Exame físico e avaliação funcional
Com essa primeira análise em mãos, o profissional dá início ao exame físico no paciente. Cada ser humano é único, então, cada caso é um caso e o profissional vai agir de acordo com a queixa principal do paciente, mas vamos citar os exames mais comuns:
- – Verificação de Sinais Vitais: o Fisioterapeuta analisa os sinais vitais do paciente – Pressão Arterial, frequência Cardíaca, frequência respiratória e Saturação, para verificar se os valores estão baseados nos parâmetros normais;
- – Inspeção: Consiste em checar os sistemas do corpo – Respiratório, Vascular, Tegumentar (pele) e musculoesquelético. Esse último, é uma avaliação que testa a amplitude de movimentos de acordo com uma atividade proposta, assimetrias, posturas, desníveis e alinhamentos;
- – Inspeção Neurológica: é o famoso “teste de reflexos” entender se o corpo está respondendo de forma natural ou se há presença de reflexos involuntários anormais, verificação da sensibilidade e da força corporal, que pode interferir na capacidade funcional do paciente, entre outros testes específicos;
- – Palpação: Essa é a etapa que o profissional vai buscar com as mãos se há alguma anormalidade na área de queixa. Ele observa a estrutura da pele, sente se não tem nenhum elemento de bloqueio e, principalmente, analisa a condição dos músculos e busca identificar os gatilhos de dor do paciente;
- – Ausculta: O método mais conhecido por todos os pacientes, onde o Fisioterapeuta utiliza um estetoscópio para “ouvir” o paciente por dentro. Com isso, detectando possíveis ruídos anormais que necessitem de investigação mais afundo, ou descartando possibilidades;
- – E também os testes específicos para avaliar os segmentos corporais que estão relacionados com as queixas do paciente, como equilíbrio postural, marcha, teste de risco de quedas, testes articulares para detectar as instabilidades, avaliação postural, entre tantos outros que devem ser bem escolhidos pelo Fisioterapeuta.
Com tudo isso finalizado, o Fisioterapeuta já está apto a dar o seu diagnóstico fisioterapêutico (chamado de diagnóstico cinético-funcional) e indicar qual o tratamento mais adequado para esse paciente. Vale lembrar que cada caso é um caso e que não existe uma regra a se seguir, nem na entrevista e muito menos no tratamento.
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