Projeto de Pesquisa-ação nas Escolas

Apresentação

O Núcleo de Direitos Humanos/PPGDH realiza, via estudo de caso, pesquisa-ação nas escolas públicas do ensino médio visando compreender a realidade de cada escola no território e promover iniciativas de intervenção a curto, médio e longo prazo.
Para isso, o objetivo da pesquisa-ação é compreender o que os estudantes do ensino médio pensam sobre trabalho/projeto de vida, estudo, família, violência, direitos humanos, e formas de gestão de conflitos. Na sequência, oferecer cursos de capacitação e estabelecer indicadores de mediação pacífica de conflitos, redução da evasão escolar e melhoria da relação de ensino-aprendizagem, mediante a participação direta dos estudantes nos processos decisórios no espaço escolar.
Quais os fatores que potencializam situações de violência e, logo, a negação dos direitos humanos nas escolas públicas do ensino fundamental ii e ensino médio no município de Curitiba?
A partir desse problema nasceu o projeto de pesquisa As múltiplas faces da violação dos Direitos Humanos no Paraná: município de Curitiba que constitui a primeira etapa de um projeto de pesquisa mais abrangente intitulado “As múltiplas faces de violação dos Direitos Humanos no Paraná”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR – CAAE: 78343617.5.0000.0020 – Parecer: 5.587.165/2022
Em face da realidade econômica, política e sociocultural caracterizada pela persistência da desigualdade, exclusão e situações de violência as quais, muitas vezes, perpassam o cotidiano da escola, o projeto de pesquisa-ação nas escolas enfatiza a necessidade de empreender esforços teóricos interdisciplinares de análise e compreensão do caráter polissêmico das categorias violência e Direitos Humanos assim como realizar pesquisas de campo junto a diferentes instituições e sujeitos que no seu cotidiano lidam ou precisam lidar e manejar com êxito as situações de conflitos que ocorrem no espaço escolar e reverberam em outros espaços sociais.
Os/as pesquisadores/as envolvidos sugerem que a distância entre os propósitos oficiais de solução dos conflitos no espaço escolar e a compreensão e expectativa que os estudantes formulam em relação ao teor dos conflitos resulta, ao menos em parte, da maneira como a própria comunidade escolar (estudantes, suas famílias, professores, direção e quadro administrativo da escola e da comunidade local) interpreta a ocorrência de conflitos, assim como, poderia ser chamada a construir espaços de diálogo e deliberação, enfatizando os princípios de responsabilização (individual e coletiva) na gestão pacífica dos conflitos. A participação direta e ativa dos sujeitos nas situações de conflitos que lhe dizem respeito poderia, ainda, evitar a mobilização de soluções verticalizadas, culpabilizadoras, estigmatizantes e violadoras dos Direitos Humanos no espaço escolar.
Paralelo a isso, a abertura de espaços de participação, diálogo e tomada de decisão, no sentido de atribuir a cada adolescente e jovem o direito de escuta, voz e decisão, perante a ocorrência de um determinado conflito, encoraja a coprodução de saberes e práticas inovadoras passíveis de serem incorporadas e utilizadas pela própria instituição escolar, não apenas como estratégia de contenção e gestão pacífica dos conflitos, mas também como princípio democrático e pedagógico de socialização dos Direitos Humanos no chão da escola.