Já pensou como os dados armazenados em um celular, smartphone ou tablet podem ajudar a solucionar crimes?
Um estudo feito por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUCPR (PPGD) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGIa) da PUCPR e com a Polícia Científica do Paraná mostra como os dados armazenados em dispositivos móveis podem ajudar a produzir provas de materialidade de um crime.
A pesquisa tem como objetivo desenvolver ferramentas jurídicas e tecnológicas capazes de analisar os dados armazenados em aparelhos móveis apreendidos pela polícia.
A pesquisa
O risco de provas físicas e lógicas perderem a validade por conta de uma demora na perícia é um problema central no mundo do Direito.
Pesquisadores do PPGD da PUCPR, estudam como o Direito Digital pode usar as técnicas computacionais para agilizar essa validação e estabelecer prova de materialidade e autoria a partir dos laudos periciais de celulares, tablets e computadores.
Inteligência Artificial e técnicas de Ciências de Dados são aplicadas pelos pesquisadores da Escola Politécnica da PUCPR para classificar mensagens de texto nos aplicativos de mensagens instantâneas e SMS dos celulares apreendidos pela polícia. A partir dessa classificação é possível encontrar padrões na comunicação dos criminosos.
A Coordenadora do PPGD da Escola de Direito da universidade, Dra. Cinthia Obladen de Almendra Freitas, explica que o projeto dá continuidade ao projeto anteriormente realizado, sempre contando com o apoio da Polícia Científica do Paraná.
“O projeto já está alcançando resultados consistentes e a interdisciplinaridade tem sido um fator importante para aprendizado e evolução científica, visto que o projeto oportuniza que doutorandos/as, mestrandos/as e graduandos/as participem dos estudos”, esclarece a coordenadora.
A pesquisa tem financiamento do Ministério da Justiça em conjunto com a CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, por meio de PROCAD/SPCF – Programa Nacional de Cooperação Acadêmica/Segurança Pública e Ciências Forenses.
O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Informática da Escola Politécnica e professor da PUCPR, Dr. Jean Paul Barddal, é responsável pelos experimentos computacionais realizados com dados reais, não simulados, junto a Seção de Computação Forense da Polícia Científica do Paraná.
O projeto também conta com a participação do Programa de Pós-Graduação em Direito da Atitus e, ainda, com o Laboratório UbiNET do Instituto Politécnica de Beja (IPBeja) em Portugal.
Alguns resultados
A pesquisa ainda está em andamento, mas já demonstra alguns resultados promissores para a área forense, criminal e digital. Veja alguns dos resultados:
– Celulares, smartphones e outros dispositivos móveis são uma fonte inesgotável de informações à investigação forense;
– As evidências digitais são elementos essenciais para o cruzamento de informações contidas nos laudos periciais de dispositivos móveis;
– A transformação do grande volume de dados textuais contidos nos dispositivos móveis em informação útil fornece elementos para a reorganização, avaliação, utilização, compartilhamento e armazenamento do conhecimento gerado a partir dos dados extraídos;
– Os resultados da aplicação de técnicas de Inteligência Artificial mostram que as mensagens de textos podem ser classificadas e possuem padrões de interesse à investigação criminal.
O projeto tem prazo de realização até 2024 e ainda trará muitos outros resultados.
Saiba mais sobre os programas de pós-graduação que realizam essa pesquisa: