Nas últimas semanas, fortes chuvas inundaram várias regiões do Rio Grande do Sul, invadindo casas, bloqueando estradas e aeroportos, destruindo cidades inteiras e atingindo milhares de pessoas. Aproximadamente 400 mil pessoas tiveram que deixar suas casas*.
Chuvas são fenômenos naturais e, mesmo quando ainda não se falava em aquecimento global e mudanças do clima, era possível encontrar registros de fenômenos assim. Todavia, é importante destacar que eventos climáticos extremos, como esse que vivenciamos, são consequências trágicas das mudanças climáticas resultantes da ação humana sobre o planeta Terra.
A forma como nos relacionamos com o meio ambiente natural, considerando-o apenas como fonte de recursos necessários à vida, é consequência de um modelo de produção linear e que favorece a acumulação de bens e capital. A infindável extração de matéria prima, o desmatamento desenfreado, a imensa geração de resíduos e a constante emissão de gases do efeito estufa (GEE) a partir do uso de combustíveis fósseis têm transformado as características biogeoquímicas do planeta Terra. Como consequências, desequilíbrios no volume das chuvas (para mais ou para menos), ondas de calor, aumento do nível dos oceanos e outras manifestações da natureza começam a atingir as populações ao redor do globo com maior intensidade.
É fato que já cruzamos a linha do reversível em relação a essas mudanças e, portanto, a partir de agora, além da necessidade de repensar nossa forma de vida e relação com a natureza, precisamos nos adaptar a esse tipo de evento climático que, infelizmente, continuará acontecendo. Para isso, é essencial que o Poder Público, em todas as suas esferas, ouça o que a ciência climática vem alertando, há um bom tempo, inclusive. É fundamental que ações sejam realizadas para a mitigação dos impactos de eventos como o observado no extremo sul do Brasil. Tais ações, principalmente, mas não exclusivamente, de responsabilidade do Estado, devem envolver toda a sociedade na busca de novas formas de existência sobre o nosso planeta.
Neste contexto, a Escola de Educação e Humanidades da PUCPR, entendendo ser fundamental trazer luz às teorias e práticas do desenvolvimento sustentável na busca de Justiça Climática, e todo ano promove o Humanidades Sustentáveis. Um evento que sempre busca promover diálogos entre os diferentes agentes sociais envolvidos na luta por uma sociedade mais justa e sustentável.
Por isso, não deixe de acompanhar o blog da EEH para saber mais sobre a edição de 2025 do Humanidades Sustentáveis.
