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Edição - Outono/2023

Educação em contexto prisional: uma experiência de estágio

Desafios e possibilidades da educação em contexto prisional: uma experiência de estágio na Penitenciária Estadual de Piraquara, por Letícia Chagas e Fabiolla Abib

Nosso estágio obrigatório em diferentes contextos educacionais da Pedagogia foi realizado na Penitenciária Estadual de Piraquara, uma unidade pública de segurança máxima destinada à custódia de pessoas privadas de liberdade do sexo masculino. Nesse estágio, nossa expectativa maior era acompanhar as aulas, a rotina dos professores, o desenvolvimento dos materiais, mas só tivemos autorização para acompanhar os docentes na sala dos professores e roda de conversa. Acompanhadas da equipe de segurança, entramos nas celas de aula apenas para conhecer a estrutura. Durante o estágio, acompanhamos também a pedagoga da unidade prisional em seu trabalho administrativo.

Havia dois internos prestadores de serviço que trabalhavam na cozinha e todos os dias nos ofereciam lanche da tarde. O ambiente, por mais hostil que seja, foi muito acolhedor, possibilitando entender que a educação é de suma importância em qualquer lugar. Tivemos a oportunidade de realizar uma entrevista com eles; ambos fazem o curso de Pedagogia EAD – um deles pretende seguir a carreira, mas tem receio do preconceito que encontrará, e o outro pretende seguir a área de Educação Física, mas esse curso não é ofertado a distância no sistema prisional, então ele começou Pedagogia com o intuito de mudar de curso posteriormente.

Desenvolver um bom trabalho em meio a uma estrutura precária é extremamente difícil e, infelizmente, esse é o cenário que o profissional de educação encontra na EJA Prisional, porém a ação do pedagogo dentro desses espaços consegue cumprir de alguma forma o objetivo geral, que é ocupar o tempo dos aprisionados e prepará-los para reintegração na sociedade.

Paulo Freire escreveu, em sua Terceira Carta Pedagógica: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. 

Só temos a agradecer às professoras que nos incentivaram a tornar esse estágio realidade, nos ajudando com a documentação e estando ao nosso lado sempre. Foi uma experiência única e inesquecível que a PUCPR nos proporcionou viver!