Na última semana, a professora Michele Hastreiter, coordenadora do Núcleo de Mobilidade Humana Internacional (NUMHI) da PUCPR, levou um grupo de alunos a uma experiência impactante no Centro de Realidade Estendida (CRE) da universidade. A atividade foi organizada para promover a sensibilização sobre a experiência dos refugiados, utilizando o jogo de realidade virtual The Key como ferramenta pedagógica. Essa imersão permitiu aos alunos do NUMHI uma compreensão mais profunda e empática dos desafios enfrentados por pessoas forçadas a deixar seus lares.
O jogo The Key começa em um cenário tranquilo e familiar, onde o jogador se encontra dentro de uma casa aparentemente segura. No início, os participantes encontram várias esferas flutuantes, cada uma com personalidades e cores únicas, que simbolizam fragmentos de memória e esperança. No entanto, à medida que o jogo avança, o ambiente pacífico rapidamente se transforma: a casa é destruída, as cores desbotam, e o jogador é lançado em um cenário de caos e desespero. Nessa nova realidade, os jogadores tentam salvar as esferas, mas enfrentam a dolorosa descoberta de que é impossível resgatar todas elas. Essa impossibilidade simboliza a perda inescapável que os refugiados enfrentam em suas vidas.
À medida que o jogo progride, o jogador avança por diferentes cenários que representam as etapas da jornada de um refugiado. Cada cenário é carregado de metáforas visuais e interativas, como escombros, passagens obscuras e desertos intermináveis, que ilustram as dificuldades e os perigos enfrentados por quem é obrigado a deixar tudo para trás. Em cada cenário, os jogadores testemunham e desbloqueiam memórias fragmentadas de perda e luta, retratando o isolamento, o medo e a resiliência que fazem parte da experiência do deslocamento forçado.
O elemento central do jogo é a “chave” que o jogador carrega do início ao fim da experiência. No contexto de The Key, esse objeto aparentemente simples representa algo muito maior para os refugiados: a esperança de um retorno ao lar. Para muitos que são forçados a fugir, uma chave de casa se torna um símbolo tangível de sua antiga vida, carregando consigo o sonho de um dia voltar e abrir novamente a porta de seu lar. No jogo, essa chave acompanha o jogador como um lembrete constante de que, embora o lar tenha sido perdido fisicamente, a esperança de retornar permanece viva, ainda que em um lugar incerto e distante.
A professora Michele Hastreiter destacou que atividades como essa são essenciais para o desenvolvimento de uma compreensão humanitária e ética nos alunos de Negócios Internacionais. Ao vivenciar simbolicamente a experiência de um refugiado, os alunos têm a oportunidade de refletir sobre as implicações humanas e sociais do deslocamento forçado, que muitas vezes são esquecidas em meio aos números e estatísticas. Essa experiência não apenas fortalece a empatia, mas também instiga uma reflexão crítica sobre o papel que futuros profissionais de negócios podem desempenhar em contextos de crise humanitária, seja promovendo políticas inclusivas, seja apoiando iniciativas de integração social.
Para os alunos, a experiência de The Key foi uma poderosa ferramenta de sensibilização, ampliando sua visão sobre as realidades enfrentadas por milhões de refugiados em todo o mundo. A utilização da realidade virtual no CRE permitiu que os participantes imergissem completamente na narrativa, vivenciando uma jornada que transcende a simples observação e os coloca em uma posição de empatia ativa. Assim, a atividade reforçou a missão do NUMHI de formar profissionais com uma visão global que valoriza não apenas o sucesso econômico, mas também a responsabilidade social e a ética nas relações internacionais.
Essa atividade representa o compromisso do NUMHI e da PUCPR com a promoção de uma educação inclusiva e humanitária, capacitando seus alunos a se tornarem agentes de mudança. Ao experimentar as dificuldades e as esperanças que compõem a jornada de um refugiado, os participantes são convidados a desenvolver uma perspectiva mais profunda sobre o significado de lar, perda e esperança — valores que, embora individuais, ressoam universalmente.