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Coffee Break

Quando e como mudar para crescer: o processo de mudança nas organizações

Confira de que forma o processo de mudança pode impactar positivamente sua motivação

É frequente encontrar nas organizações dificuldades de desempenho vinculadas a hábitos improdutivos, especialmente quando a cultura organizacional não é bem trabalhada. Isso pode incluir processos antiquados, falta de inovação ou mesmo resistência a novas ideias. Identificar e eliminar esses comportamentos é essencial para liberar o potencial de crescimento da empresa.

Porém, quando pensamos no mundo corporativo, a mudança nem sempre é bem-vinda. Entender o que significa mudar e como esse processo ocorre pode ser um bom início para repensar algumas características e estratégias e atingir objetivos profissionais.

Quando é o momento de mudar?

Identificar o momento certo para implementar mudanças é essencial. O primeiro passo é reconhecer qual processo está sendo dificultado e as possíveis causas. Por exemplo, um processo pode estar travado por falta de organização pessoal. É a partir de um problema que se identifica a causa a ser transformada.

É importante também ter atenção às mudanças no mercado de trabalho. Cada vez mais, os profissionais são cobrados por habilidades novas, com novas plataformas ou métodos mais ágeis. Pesquisar e entender o que pode ser produtivo no ambiente de trabalho é uma excelente forma de se manter um profissional atualizado e atento às mudanças externas.

Outro ponto relevante é conhecer o cenário socioeconômico no qual a empresa está inserida. Isso porque essas mudanças afetam fluxo de vendas, entrada de caixa, clima organizacional e outras variáveis. Para mudar hábitos ou processos em uma empresa, o ideal é saber reconhecer as tendências que podem afetar seu mercado.

A mudança não é linear

Uma vez estabelecido que mudamos, é importante entender como esse processo acontece. Mudamos de um dia para o outro? De forma radical? Sem motivo?

É claro que não. Em primeiro lugar, devemos saber que a mudança também não é estática. De acordo com a professora Cássia, o processo de mudança é gradual e pode ser bidirecional. Isso é, mudamos em determinado momento e no seguinte voltamos a ser mais parecidos com o que éramos antes. Esse é um movimento esperado, de acordo com a professora, e faz parte do processo.

Mudamos por quê?

Para a professora da Pós-Graduação em Psicanálise e Psicopatologia Lacaniana, Ana Suy, mudamos principalmente em virtude de experiências traumáticas. Não significa, como afirma a escritora, que apenas traumas grandes nos colocam em movimentos. Os traumas são gatilhos, mas a razão da mudança está no sofrimento ou confusão causada por determinadas situações. Esse sofrimento psicológico que leva à mudança pode ter diferentes intensidades e origens em circunstâncias diversas, mas o importante é que ele causa uma vontade de fazer ou ser diferente em certos aspectos.

Mudança de hábitos

Nas diferentes áreas da vida, podemos refletir em como nossas ações são consequências de traumas. A forma como nos portamos no ambiente de trabalho, com a família ou no mundo acadêmico, por exemplo, decorre de uma coletânea de acontecimentos e experiências que nos moldaram. E, se certos hábitos são nocivos, seja para nós mesmos ou para terceiros, como mudá-los?

A professora Ana Suy explica que é importante saber diferenciar causa de sintoma:

“A mudança acontece como consequência natural do tratamento. Quando alguém tem um sintoma, como medo de elevador, o que esse sintoma está representando? É claro que a pessoa não sabe, pois se soubesse não precisava do sintoma. Fazer um percurso no qual se possa saber isso, descobrir a causa, tem como consequência a eliminação do sintoma”.

Dessa forma, podemos entender que um hábito do qual não gostamos pode ser um sintoma, não uma causa. Uma vez encontrada essa causa, o sintoma desaparece, ou ao menos diminui, e o sofrimento psicológico é resolvido. É possível perceber, assim, que a mudança de hábitos é um processo complexo, cujo foco não será no hábito em si, mas no que ele representa. No mundo corporativo, a satisfação com o trabalho é um dos principais fatores de engajamento. Portanto, ter conhecimento dos próprios hábitos e das origens deles pode ser um fator central no cultivo da motivação para atingir os objetivos.

O processo de mudança

O terceiro episódio da segunda temporada de Coffee Break, o videocast da PUCPR, trata do processo de mudança. Com as professoras convidadas, são debatidas sob as lentes da Psicologia e da Psicanálise temáticas referentes à mudança na vida de um indivíduo, como esse processo ocorre, o que o impulsiona ou dificulta e quais recursos podem ser movimentados para facilitar a mudança.

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