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Entenda seus direitos: Férias Laborais (CLT) e como funcionam

A legislação trabalhista garante as férias laborais como um direito fundamental, crucial para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Além disso, muitos brasileiros frequentemente têm dúvidas sobre o assunto. Por isso, contamos com a colaboração da Profa. Dra. Nádia Mikos, Coordenadora do Curso de Especialização em Direito e Relações do Trabalho da PUCPR, a fim de abordar essas questões de forma esclarecedora e, fornecer uma compreensão mais completa e detalhada.

O que são Férias Laborais? Entenda o importante direito ao descanso

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) trata das férias principalmente a partir do art. 129 e seguintes. As férias laborais são um direito fundamental do empregado e a proteção do descanso após um período de atividade laboral intensa.

A Profa. Dra. Nádia Mikos, Coordenadora do Curso de Especialização em Direito e Relações do Trabalho da PUCPR, destaca que: “É reconhecidamente um direito do empregado ligado à sua saúde e, portanto, não podem ser suprimidas nem mesmo por vontade própria.”

Durante as férias laborais, o empregado pode fortalecer laços familiares, reestabelecer sua saúde mental e física, e desfrutar de atividades prazerosas, como passeios, viagens e hobbies. Além disso, esse período é ideal para exercer o “direito de desconexão”, o que significa que o trabalhador não deve ser contatado para assuntos profissionais durante seu descanso.

Férias descomplicadas: tire suas dúvidas

Frequentemente, surgem dúvidas sobre como o os trabalhadores devem usufruir do direito às férias. A seguir, respondemos às perguntas sobre férias laborais, com base nas respostas fornecidas pela Profa. Dra. Nádia Mikos, Coordenadora do Curso de Especialização em Direito e Relações do Trabalho da PUCPR:

1. A partir de quando um empregado pode usufruir de suas férias laborais?

Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado adquire o direito a férias laborais (art. 130, CLT). Dessa forma o trabalhador pode usufruir desse período de descanso como uma compensação pelo tempo de atividade contínua.

2. Quem escolhe a data da concessão?

O empregador decide exclusivamente a data da concessão de férias (art. 134, CLT). Além disso, ele deve garantir que a escolha atenda aos interesses da empresa (art. 136, CLT).

3. Até quando deverá ser realizado o pagamento ao empregado?

O empregador deve realizar o pagamento das férias até dois dias antes do início do período de descanso (art. 145, CLT). Além disso, ele precisa comunicar as férias ao empregado com pelo menos trinta dias de antecedência (art. 135, CLT). Para garantir o processo, o empregador envia um aviso formal e solicita a assinatura de ciência do empregado.

4. É possível vender as férias laborais ao empregador?

De acordo com o art. 143 da CLT, o funcionário pode converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário. Portanto, se as férias forem de 30 dias, só é possível vender até 10 dias.

5. As faltas injustificadas praticadas pelo empregado interferem no direito das férias laborais?

As faltas injustificadas não interferem no direito às férias, que é garantido. No entanto, elas afetam a proporcionalidade dos dias a serem usufruídos, conforme o art. 130 da CLT.

6. Se o empregado sair antes de completar 1 ano de empresa, ele ainda possui direito?

Sim, na rescisão, o empregado tem direito a férias proporcionais, calculadas com base nos meses efetivamente trabalhados, sempre acrescidas do terço constitucional proporcional.

7. Quantos dias de férias laborais o empregado tem direito?

Conforme o art. 130 da CLT, o empregado tem direito a:

  • 30 dias de férias corridos, se não houver falta ao serviço mais de 5 vezes.
  • 24 dias corridos, se houver tido de 6 a 14 faltas.
  • 18 dias corridos, se houver tido de 15 a 23 faltas.
  • 12 dias corridos, se houver tido de 24 a 32 faltas.

8. O empregado possui o direito de escolher dividir as férias laborais?

A princípio, as férias devem ser concedidas num só período (art. 134, CLT). Porém, o parágrafo
primeiro desse artigo dispõe que, se houver concordância do empregado, “as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias
corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.

Então, basicamente, as férias (se forem de 30 dias) poderão ser assim divididas:

Exemplo: 1º período – 14 dias, 2º período – 10 dias e 3º período 6 dias.

9. Nas férias laborais o empregado ganha um salário maior?

A lei garante que o empregado gozará suas férias sem prejuízo de salários. Além disso, pela Constituição Federal, art. 7º, inciso XVII, o empregado receberá um terço a mais do salário normal durante as férias (chamado de terço constitucional).

10. Os membros de uma família que trabalham na mesma empresa podem gozar férias no mesmo período?

Sim, os membros de uma família que trabalham na mesma empresa têm o direito de gozar férias no mesmo período, se assim desejarem e se isso não causar prejuízo ao serviço, conforme o art. 136, § 1º da CLT.

Férias Laborais e o impacto na produtividade: como as pausas afetam o desempenho dos empregados

Entender a importância das férias laborais para a produtividade é essencial. Embora seja um direito do empregado, elas também impactam positivamente a empresa. Por exemplo, funcionários que tiram um período adequado de descanso, retornam mais motivados e produtivos. Além disso, esse tempo de afastamento ajuda a reduzir o estresse e a melhorar o bem-estar geral, o que pode levar a um desempenho mais eficiente e engajado quando retornam ao trabalho.

Usufrua do seu direito!

As férias são, portanto, um direito fundamental do empregado, garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Dessa forma, elas desempenham um papel crucial tanto no bem-estar individual quanto na produtividade organizacional. Assim, é essencial que os trabalhadores e empregados compreendam e respeitem as normas e direitos relacionados a este período de descanso.

Com o planejamento adequado e a consciência da importância desse tempo de pausa, é possível garantir que as férias sejam aproveitadas ao máximo, beneficiando tanto os trabalhadores quanto as empresas.

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