“Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer…”. Quem não se lembra da incrível canção “Agora só falta você”, da saudosa Rita Lee? Já no começo, no primeiro verso, ela toca em um ponto importante para qualquer ser humano: as mudanças na vida pessoal. Elas fazem parte do nosso cotidiano, ainda que muitas vezes sejam desafiadoras. Trocar o corte de cabelo, por exemplo, é algo simples, mas trocar de casa, de emprego ou de cidade pode ser bem mais complexo.
Isso acontece porque, de forma geral, estamos acostumados a viver de determinadas maneiras e quando algo rompe essa normalidade, tendemos a resistir. Mas será que a resistência é sempre ruim? Passar por mudanças o tempo todo realmente é inevitável? Ou o ser humano pode viver em uma zona de conforto? Continue lendo para entender!
Mudar é necessário?
Você já deve ter ouvido a frase: “se está fácil, está errado”. Ela se tornou um clichê muito comum para explicar que enfrentar dificuldades na vida é um “bom” sinal, porque significa que as coisas provavelmente darão certo no fim. Afinal, alcançar objetivos – ou até mesmo realizar sonhos – exige esforço, disciplina e, muitas vezes, superação. O processo, de fato, costuma ser desafiador.
No entanto, nem tudo que é “fácil” é ruim. No contexto das mudanças na vida pessoal, isso significa que mudar só é válido se fizer sentido para cada pessoa. Se gostamos da nossa realidade da forma como ela é e nos satisfazemos com essa zona de conforto, por que não continuar assim?
Além disso, há características que fazem parte de quem nós somos e que, justamente por isso, são difíceis de mudar. Ser organizado ou bagunceiro, introvertido ou extrovertido, por exemplo, são traços que constituem a personalidade. Eles podem ser atenuados ou modificados ao longo do tempo se fizer sentido, mas ainda assim estão na essência de cada indivíduo.
Outro ponto importante é que nem sempre a mudança precisa partir do “eu”. Ela será boa para quem, afinal de contas? Às vezes, é o “outro” ou o próprio ambiente que precisa se transformar para que as coisas melhorem, seja no âmbito familiar, no trabalho, na faculdade ou em qualquer esfera.
Por outro lado, se existe algum desconforto, gatilho ou sofrimento por trás, a mudança pode ser um bom caminho para trazer mais tranquilidade, leveza e bem-estar pessoal. Isso vale tanto para questões da personalidade quanto para assuntos mais complicados, como trocar de emprego, mudar-se para outra casa, terminar um relacionamento ou começar um novo projeto.
Mudanças na vida pessoal: por onde começar?
A partir do momento em que se percebe um incômodo e se decide mudar, mesmo que seja apenas uma pequena intenção, uma grande aliada é a terapia. Buscar ajuda profissional é importante porque os psicólogos podem oferecer suporte emocional durante o processo, auxiliando o indivíduo a lidar com a mudança e com as emoções atreladas a ela.
Além disso, a arte é uma ferramenta enriquecedora para ampliar visões de mundo e ajudar cada pessoa a lidar com aquilo que é novo. É o que explica a escritora e professora da pós-graduação em Psicanálise e Psicopatologia Lacaniana da PUCPR, Ana Suy. No podcast Coffee Break, ela destacou que o ato de se “desconhecer” também é crucial para abrir diferentes possibilidades de ser e estar.
No mesmo episódio, a professora da pós-graduação em Avaliação Psicológica da PUCPR, Cássia Rodrigues, ressalta a importância de entender se as mudanças na vida pessoal realmente fazem sentido – e para quem.
Confira esse bate-papo enriquecedor: