A Universidade celebra sua relação com o artista Poty Lazzarotto com uma homenagem à arte e à cultura curitibana, a partir de uma exposição imersiva.
O ano de 2024 marca o centenário de um dos maiores ícones da arte paranaense e brasileira. Nascido em 29 de março de 1924, em Curitiba, Napoleon Potyguara Lazzarotto, mais conhecido como Poty Lazzarotto, dedicou sua vida à produção artística que refletia a identidade e a cultura de seu local de origem.
Aquarelista, gravador, ilustrador, muralista, pintor: todos esses papeis ajudaram a construir uma carreira sólida e repleta de histórias. Seus painéis de azulejos e obras de grande escala não apenas embelezam a cidade, mas também narram as histórias e tradições da capital paranaense.
A trajetória de um artista visionário
Poty Lazzarotto começou sua carreira artística ainda jovem e recebeu importantes premiações, como uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Belas Artes, concedida pelo então governador do Paraná, Manoel Ribas, em 1942. Formou-se em pintura. Foi aluno de Carlos Oswaldo no Ateliê de Gravura do Liceu de Artes e Ofícios e bolsista em Paris, no período de 1946 a 1947.
Nos anos de 1950, junto com Flávio Motta, organizou o primeiro curso de gravura do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Posteriormente, delineou cursos de gravura em Curitiba, Recife e Salvador.
Com intensa produção gráfica, Poty também foi ilustrador nos jornais “A Manhã” e “Última Hora”. Além de obras literárias de Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Dalton Trevisan, Jorge Amado, entre outros. Poty faleceu em 8 de maio de 1998, aos 74 anos, após uma batalha contra o câncer de pulmão. Sua morte foi marcada por um luto oficial de três dias decretado pelo governo do Estado, refletindo a profunda perda que sua partida significou para a cultura paranaense e brasileira.
Obras de destaque e reconhecimento
Em diferentes localidades do Paraná, as obras e monumentos criados por Poty são um sopro de criatividade e beleza aos simbolismos, à identidade e à memória do Estado. Somam ao legado do curitibano, os painéis Casa do Brasil em Paris (1950) e o painel para o Memorial da América Latina em São Paulo (1988).
Sua técnica característica e sua sensibilidade estética se manifestaram em diversas linguagens artísticas, com destaque para os murais que adornam locais icônicos como o Aeroporto Afonso Pena e o Mercado Municipal de Curitiba. Esses painéis não são apenas representações visuais. São narrativas que capturam a essência do cotidiano curitibano, transformando a rotina em poesia.
Mesmo após sua morte, as obras de Poty continuam a ser celebradas e reconhecidas, como evidenciado por exposições recentes que destacam sua contribuição inestimável às artes visuais.
Poty Lazzarotto presente na PUCPR
A PUCPR estabelece uma conexão significativa com Poty Lazarotto por meio do Mural do Conhecimento (1990), obra dele que integra o Caminho das Artes, uma trilha cultural localizada no Câmpus Curitiba.
Formado por 56 placas de concreto com elementos em relevo, o Mural do Conhecimento tem como figura central Alceu Amoroso Lima, crítico literário, escritor e professor brasileiro. A obra retrata os primeiros assentamentos urbanos em meio as figuras rupestres e elementos culturais simbólicos, como a Torre de Pisa e fragmentos de partitura da Toccata et fuga, de Johann Sebastian Bach.
Ao longo da obra é retratada a história da humanidade, por meio de fragmentos e símbolos que remetem a aspectos culturais, científicos, sociais e artísticos. A modernidade da concepção da obra celebra a união entre cultura, ciência e fé.
Em suma, o mural retrata a diversidade de saberes e a importância da educação. Além disso, reflete a filosofia da PUCPR de promover um ambiente de aprendizado integrador e inovador. Assim, a arte de Poty Lazarotto, com seu estilo vibrante e engajado, não apenas embeleza o espaço, mas também inspira a comunidade acadêmica a valorizar a cultura e o conhecimento, evidenciando a relevância da arte no contexto educacional.
Exposição “Poty: Poéticas da Vida”
Para celebrar o centenário do artista, a PUCPR organizou a exposição “Poty: Poéticas da Vida”. A visitação estará aberta em novembro e dezembro, no Centro de Realidade Estendida da Universidade, localizado no Câmpus Curitiba.
A saber, a experiência imersiva reunirá projeções mapeadas, ambientes interativos e o uso de óculos de realidade virtual. Proporcionando, assim, uma nova forma de interação com as obras.
Os visitantes terão a oportunidade de redescobrir Curitiba sob a ótica sensível de Poty, vivenciando sua arte de maneira inovadora. Além de homenagear o artista, a iniciativa tem o intuito de conectar novas gerações à sua obra e à rica história da cidade. “Poty, Poéticas da Vida” é uma realização da PUCPR, com patrocínio da Chamex, apoio institucional do Museu Oscar Niemeyer e apoio do Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR).
Por que visitar a exposição?
Participar da exposição “Poty: Poéticas da Vida” é uma oportunidade única de mergulhar na intersecção entre arte, memória e tecnologia. A PUCPR propõe um diálogo com a cidade, permitindo que os visitantes compreendam a profundidade das obras do artista. Bem como a sua relação com a cultura local.
Dessa forma, com uma narrativa repleta de cores, formas e interpretações singulares, a exposição é um convite para todos que desejam explorar a riqueza da cultura curitibana. Bem como a poesia que se esconde no cotidiano.
Por fim, siga o perfil @pucpr_cultura para ficar por dentro dessa e outras novidades.
Serviço
- Exposição “Poty: Poéticas da Vida”
- Quando: 7 de novembro a 14 de dezembro de 2024
- Onde: Centro de Realidade Estendida da PUCPR – Câmpus Curitiba
- Rua Imaculada Conceição, 1155 – Segundo andar do Bloco 1 (Amarelo)
- Horário: de segunda a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 18h
- Ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) disponíveis em pucpr.app/poty
- Estacionamento no Câmpus: R$ 18 (acesso pelo Portão 1) Classificação etária: Livre