Confira uma lista de materiais audiovisuais que fazem parte do gênero de cinema quilombola e que são registros de história e resistência.
O cinema quilombola é uma expressão cinematográfica que se origina e se desenvolve dentro das comunidades quilombolas do Brasil. Dessa forma, oferece uma visão única e autêntica da vida, tradições e lutas dessas populações.
Caracterizado por seu enfoque nas histórias de resistência e resiliência dos descendentes de africanos escravizados, esse cinema frequentemente retrata a vida cotidiana, as celebrações culturais e os desafios enfrentados por essas comunidades. Com uma estética que mistura narrativas locais e simbolismos afro-brasileiros, esse tipo de produção documenta a experiência quilombola. Além disso, serve como um meio de afirmação e resistência cultural, ajudando a preservar e disseminar a rica herança cultural dos quilombos para o público em geral.
Registros que fazem pensar sobre o ontem, o hoje e o amanhã
Nesse sentido, o cinema quilombola é um poderoso meio de preservação e celebração da rica herança cultural e histórica das comunidades quilombolas no Brasil. Este gênero cinematográfico não só narra as histórias não contadas dessas comunidades, mas também destaca a luta e a resistência ao longo dos séculos.
Se você deseja mergulhar nesse universo fascinante e compreender a profundidade dessa manifestação cultural, confira as dicas de filmes a seguir. Eles são um caminho para uma imersão genuína e para reconhecer a importância vital desse cinema na valorização e perpetuação da identidade quilombola.
Dicas de cinema quilombola
1. Disque Quilombola (2012) – Curta-metragem que retrata crianças do Espírito Santo conversando de um jeito divertido sobre como é a vida em uma comunidade quilombola. Bem como em um morro na cidade de Vitória. Por meio de uma brincadeira infantil que conduz a narrativa, os dois grupos falam de suas raízes. E revelam o quanto a infância tem mais semelhanças do que diferenças.
2. Casca de Baobá (2017) – Curta-metragem de ficção que narra a trajetória de uma jovem negra nascida no Quilombo da Machadinha, no norte do estado do Rio de Janeiro, e que vai para a capital como cotista na universidade. Para driblar a distância e a saudade, ela e a mãe trocam cartas que são verdadeiras reflexões sociais e econômicas.
3. Invernada dos Negros (2021) – Documentário que conta a história dos quilombolas da Invernada dos Negros, em Campos Novos (SC). Mostra aspectos da cultura e, principalmente, as lutas por acesso ao território e à educação, a partir de relatos de dificuldades enfrentadas pelas gerações dos que viveram no local.
4. Eu sou raiz (2021) – Documentário que apresenta a líder quilombola Mestra Mariinha e sua trajetória de mais de 40 anos de luta à beira do rio São Francisco. Uma vida para preservar a cultura e a natureza de seu território. Ela se dedica aos saberes das ervas medicinais, é benzedeira e Mestra do Reisado do Quilombo da Mata de São José (PE).
5. Saberes Quilombolas: vou aprender a ler pra ensinar pros meus camaradas (2021) – Material documental que perpassa as relações entre o trabalho e as expressões culturais de três comunidades quilombolas da cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. São elas: Comunidade de Acupe de Santo Amaro, Comunidade do Cambuta e Comunidade de São Brás. O filme dá visibilidade a saberes ancestrais que dão cor, sabor e ritmo a esses lugares de resistência.
Sem dúvida, essa é apenas uma entre tantas possíveis listas. Um estímulo inicial para que a temática permaneça nas buscas e possibilite aos espectadores reflexões mais plurais sobre a realidade quilombola.
Diversidade cultural e respeito
Ao explorar o cinema quilombola e mergulhar nas histórias e perspectivas oferecidas por esses filmes, você não apenas enriquece seu repertório cultural, mas também contribui para a valorização e respeito das diversas manifestações culturais presentes no Brasil. Assim, cada filme é uma oportunidade para ampliar horizontes. Para promover a empatia e o respeito pelas histórias que fazem parte de nossa sociedade e, muitas vezes, não são vistas.
Por fim, vale lembrar que a diversidade cultural é um elemento fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente. O contato com diferentes formas de expressão nos permite aprender, entender e respeitar as múltiplas realidades que compõem nosso mundo.
Circuito de cinema inspirado na história quilombola
No dia 14 de agosto, a PUCPR recebe mais uma sessão do Circuito de Cinema Chica Pelega – Edição Quilombola. O evento consiste em sessões gratuitas de filmes, com o intuito de apresentar diferentes olhares e perspectivas das populações que constituem o caboclo da região do Contestado. E das resistências quilombolas do sul do Brasil.
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Veja também: O que as comunidades quilombolas têm a nos ensinar